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8 de janeiro: documento coloca sob suspeita juiz auxiliar de Moraes no STF

Em troca de e-mails, Leonardo Fernandes falou em “edição” de vídeos e imagens relacionadas à baderna na Praça dos Três Poderes

Em troca de e-mails entre assessores do gabinete do ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal (STF), o juiz auxiliar Leonardo Fernandes aventou a possibilidade de editar vídeos e imagens relacionados ao Inquérito 4.922, que investiga os responsáveis pelos atos do 8 de janeiro de 2023.

Documentos em posse da Revista Oeste mostram que o gabinete do ministro se mobilizava para encontrar provas em julho daquele ano, quando a denúncia já havia sido oferecida aos investigados. Apesar de já ter o material em mãos desde o começo do processo, a equipe de Moraes não o disponibilizou aos alvos da denúncia.

Na troca de e-mails, em 7 de julho de 2023, Leonardo Fernandes encaminhou um link em que os colegas deveriam disponibilizar os vídeos e as imagens relacionados ao inquérito. E acrescentou a seguinte frase: “Quando concluído, peço que informem para fecharmos a possibilidade de edição e disponibilizarmos nos processos”.

De acordo com a defesa de um dos investigados, esse e-mail demonstra que as imagens foram manipuladas entre o STF, o Tribunal Superior Eleitoral e o Polícia Federal, que dividem as investigações sobre o caso. “Afirmo categoricamente que todos os processos do 8 de janeiro são nulos”, salientou um dos advogados, sob condição de anonimato. “A parcialidade do julgador torna nulos os atos processuais, pois o ministro atuou como investigador, acusador e juiz ao memo tempo, caracterizando tribunal de exceção. Exige-se a responsabilização do envolvidos”.

Na mesma linha, o advogado constitucionalista André Marsiglia considera essa prática ilegal. “Uma prova editada é uma prova criada. Além disso, pode caracterizar alteração de documento, o que é crime- se for público, mais grave ainda. Mais: cria um desequilíbrio entre as partes, pois o acusado tem de se defender de um fato que não é real, íntegro e fere a parcialidade da investigação, contaminando de nulidade o processo todo”.

https://revistaoeste.com/politica/8-de-janeiro-documento-coloca-sob-suspeita-juiz-auxiliar-de-moraes-no-stf

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