Carregando agora

A hipocrisia dos verdadeiros golpistas

A estratégia para colar em Jair Bolsonaro o carimbo de golpista baseia-se em uma delação premiada truncada e um inquérito da Polícia Federal que se sustenta em um emaranhado de expressões condicionantes. O documento é um compêndio de termos como “teria”, “poderia” e “hipoteticamente”, que, ao invés de provarem algo concreto, deixam uma porta aberta para todo tipo de suposição. Ao todo, “teria” ou “teriam” aparecem 107 vezes no inquérito. “Hipótese” ou “hipotética” são mencionadas 25 vezes. O golpe de Estado que tentam imputar a Bolsonaro não está no mundo real, mas no universo das conjecturas.

E essa narrativa tem um alicerce frágil: uma delação premiada truncada que levou o ajudante de ordens Mauro Cid ao limite. No vídeo de seu depoimento a Alexandre de Moraes, fica evidente a pressão psicológica exercida sobre ele. O próprio Bolsonaro destacou: “Meus advogados pediram (acesso ao depoimento), ele (Cid) esteve 11 vezes depondo, pedimos todos os vídeos do começo ao fim, sem cortar. Em todos esses vídeos, você vê o ‘dono do inquérito’ falando: ‘Você tem um pai, uma mãe, uma filha’, (é) tortura, tortura psicológica”.

Enquanto isso, os verdadeiros golpistas saem impunes. O PT, partido mestre em criar falsas narrativas, tentou um golpe real e concreto em 2016, quando Dilma Rousseff percebeu que seu governo ruía. O então comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, revelou em entrevista à revista VEJA que recebeu sondagens sobre um possível apoio à decretação de estado de defesa para manter Dilma no poder. O Exército rechaçou a ideia, impedindo que a democracia fosse rasgada naquele momento.

Se o critério para investigação e punição fosse justo e equilibrado, Dilma e seus articuladores deveriam ter sido investigados e punidos por tentar usar as Forças Armadas para um autogolpe. Mas nada aconteceu. Ninguém foi preso, ninguém foi julgado.

Para a esquerda, “golpe” é uma expressão seletiva. Quando é contra eles, é um crime hediondo; quando parte deles, é “manobra política” ou “defesa da democracia”. Essa hipocrisia é o verdadeiro atentado contra o país. O perigo real não está em Bolsonaro ou em supostos “golpes hipotéticos”, mas no cinismo daqueles que manipularam as instituições para se manter no poder. Enquanto isso, o Brasil segue refém dessa narrativa falaciosa, que tenta criminalizar adversários políticos e blindar os verdadeiros culpados.

Publicar comentário