Manifestação marcada para março em São Paulo busca mobilizar a população contra o governo, em meio a crises econômicas e denúncias de irregularidades.
A oposição no Congresso Nacional intensificou suas ações para pressionar o Legislativo a abrir um processo de impeachment contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O principal argumento jurídico envolve suspeitas de pedaladas fiscais no programa de transferência de renda Pé-de-Meia, enquanto o agravamento das crises econômicas, como a alta dos preços dos alimentos, do dólar e dos juros, fortalece a insatisfação popular.
Parlamentares da direita estão organizando uma grande manifestação de rua para o dia 16 de março, na Avenida Paulista, em São Paulo. O deputado federal Rodolfo Nogueira (PL-MS), autor do pedido de impeachment, afirmou: “Com o povo brasileiro indo às ruas para pedir sua saída, acredito que isso será fundamental para avançarmos com o impeachment aqui no Congresso.”
Crises e desgaste do governo
A oposição tem explorado uma série de crises enfrentadas pelo governo desde o fim de 2024. Em dezembro, o real sofreu uma forte desvalorização e o dólar ultrapassou R$ 6. Em janeiro, o governo tentou implementar uma normativa para monitorar o Pix, mas foi forçado a recuar após repercussão negativa. Além disso, declarações sobre possível intervenção nos preços dos alimentos geraram críticas por supostas ameaças ao livre mercado.
Deputados da oposição, como Bia Kicis (PL-DF) e General Girão (PL-RN), afirmam que a insatisfação popular tem crescido rapidamente, inclusive em redutos eleitorais historicamente favoráveis ao PT. A expectativa é que os protestos possam replicar o impacto das manifestações de 2015, que resultaram no impeachment de Dilma Rousseff.
Divisões no Congresso
Enquanto a oposição trabalha para mobilizar a sociedade, parte do Centrão ainda não vê “clima” suficiente para iniciar o processo de impeachment. No entanto, líderes desse grupo também têm expressado descontentamento com o governo, especialmente em relação à condução da economia. O presidente do PSD, Gilberto Kassab, criticou publicamente o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, classificando-o como “fraco”.
A mobilização popular, somada à instabilidade econômica, pode ser determinante para aumentar a pressão sobre o Congresso nos próximos meses. Mesmo que o impeachment não seja imediatamente instaurado, a oposição acredita que os protestos ajudarão a enfraquecer politicamente o governo Lula.
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